quinta-feira, setembro 18, 2003

Escapando do pedágio


Saí da USP e cheguei em São Caetano por volta das 20h40. Com indicações da minha irmã e lembranças de idas anteriores, não me perdi pra chegar no estádio - já estava na hora de aprender o caminho daquela merda.

O destaque pra ontem é que foi um programa, acima de tudo, econômico. Não pagar o pedágio faz uma grande diferença. Torcedores dos times da capital, não fazem muita noção do que é deixar R$ 11,80 cada vez que ver o time jogar. Parei o carro numa rua relativamente perto do estádio, o que me fez escapar de "campeões" e andar um pouco. Mas valia a pena.

Rivalidade é algo legal, fundamental para o futebol, mas também é muito bom ver um jogo em clima de paz. Dessa vez e da outra que fui ver um São Caetano x Santos (em 2001), torcedores de ambos os times se cruzavam nas ruas sem problemas, e tomavam cerveja na mesma padaria. Algo extremamente válido, que tranquiliza e facilita muito a ida ao estádio.

E o jogo, como todos os Santos x SC, foi nervoso. O primeiro tempo foi péssimo tecnicamente, mas no segundo, com nosso gol saindo logo de cara, a partida mudou, ficando mais aberta e gostosa de assistir.
Mais uma vez, vale a pena ressaltar a moral do Robinho com a torcida. É só ele pegar na bola que a galera se agita. Qualquer drible que ele tentava, mesmo sem sucesso, fazia a galera gritar seguidamente seu nome na arquibancada. E jogando bem, como ele estava ontem, fica difícil de segurar a empolgação do pessoal.

Aliás, um dia desses, estava lendo uma reportagem sobre a má fase do Robinho. O texto dizia algo do tipo "depois de criticado por imprensa e torcida, Robinho está voltando à melhor forma...". Isso prova que o repórter não conhece o dia a dia do Peixe. Robinho não foi criticado e tão cedo não o será. É, seguramente, o maior ídolo da história recente do Santos - e diria mais, até do futebol brasileiro. Lembrando agora, acho que só os são-paulinos com o Raí tem uma relação semelhante. Não dá pra comparar Marcelinho com Corinthians, Romário com Vasco, Túlio com Botafogo nem mesmo Evair com Palmeiras. Robinho, no quesito idolatria, é insuperável.

Em suma, valeu a ida ao Anacleto. Mas é claro que a minha cabeça, dos demais torcedores e até mesmo dos jogadores está no Mineirão, onde faremos o "jogo do ano" nesse sábado.