sábado, outubro 25, 2003

Que dá, dá. A questão é se vai dar


No ano passado, chegamos na final do Brasileiro. No primeiro jogo, com uma atuação soberba de Diego, Renato e Alberto, metemos 2x0 nos analfabetos, e começamos a rumar pro título, a coisa que mais esperava em toda a minha vida.

Acabado o jogo, vitória consumada, uma grande vantagem pra segunda partida... comecei a chorar. Via as entrevistas, os nossos jogadores falando coisas do tipo "não ganhamos nada ainda", os desdentados retrucando com aquele "é, tá difícil, mas ainda dá", e eu chorando.

Não chorava de emoção, nem de alegria. O fato é que até hoje não sei explicar o sentimeto que me fez chorar naquele dia. Mais que nunca o título estava perto. Podíamos até perder no segundo jogo por um gol que a taça ainda seria nossa.

E foi isso que me fez chorar. Uma mistura de ansiedade, pessimismo e sei lá o que junto, que me fazia pensar que, mesmo com os 2x0 da ida, a vaca ainda iria pro brejo. Mesmo com a consagração mais próxima que nunca.

Chorei então, pela antecipação de uma perda - mas essa todos sabiam que não ia ocorrer! Menos eu e meu pessimismo.

Bem, o fim da história todo mundo sabe.

Essa introdução toda é só pra explicar o que estou sentindo nesse momento. O Santos teve, talvez, uma das melhores semanas da sua história. Dois chocolates históricos, e o título impossível voltou a bater na nossa porta.

Não consigo ficar 100% eufórico como outros torcedores. Não sei se preferiria que o Santos tivesse empatado, ou até mesmo perdido essas partidas. Aí, o título já não seria nosso de vez. E eu não ficaria com essa sensação doida que estou agora.

Esse tal misto de ansiedade, pessimismo, tensão que fode tudo.

quinta-feira, outubro 23, 2003

Ai, caralho!


O que falar do jogo de ontem? Quem viu, viu; quem não viu, perdeu uma das partidas mais emocionantes dos últimos anos, e seguramente a melhor desse Brasileirão.

O Santos mostrou falhas defensivas, mas com aquele ataque destruidor, isso não tem tanta importância. E provou ao mundo que, com Robinho e Diego num bom dia, ninguém segura o Peixe. Quando eu falo ninguém, é ninguém mesmo. Pena que isso não acontece com frequência.

E enquanto dávamos uma aula de futebol na Fonte Nova, o Cruzeiro perdia no sul... e agora a diferença caiu pra 6 pontos. Putz.. não sei descrever o que sinto agora. Um pouco de esperança, um pouco de medo... sei lá. Vou torcer como um doido, nesse brasileiro que já parecia perdido. Mas que nos trará muitas emoções ainda, podem esperar. Caralho!!

quarta-feira, outubro 22, 2003

Impasses, reflexões...


A situação do Campeonato Brasileiro, em especial do Santos, é estranha nesse momento. O time não deve ser campeão; não deve ter dificuldades pra chegar à Libertadores; não deve empolgar, nem decepcionar ninguém nos próximos jogos - e até o final da competição.

No último fim de semana, ganhamos e o Cruzeiro perdeu. Assim, a diferença caiu pra "só" nove pontos. Não sei, mas tô com uma impressão danada que "morreremos de pau duro" nesse campeonato. O Cruzeiro dará mais umas tropeçadas, o Santos vai até chegar um pouquinho mais perto, mas no frigir dos ovos eles levarão a taça.

Na Vila, no domingo, além de mim mais umas 5 mil pessoas prestigiaram a vitória do Peixe sobre o Atlético-PR. O jogo foi bom, embora não tenha enchido os olhos de ninguém. Pelo menos vencemos na Vila, e espantamos o que já estava começando a se tornar um estigma - os últimos quatro jogos haviam terminado 1x1 (Cienciano, Guarani, Juventude e São Caetano).

O público baixo, infelizmente, é uma constante na Vila nos últimos tempos. Nada a ver com os 70 mil que encheram o Morumbi na final da Libertadores. Mas quer saber? Sou mais os 5 mil de domingo do que a massa do Morumbi. Porque é uma galera que cantou, vibrou e apoiou o jogo inteiro. Quando o Atlético fez um a zero, como que automaticamente todos começaram com o "Santos é o time da virada, Santos é o time do amor", grito que considero obrigatório nessas situações.