sexta-feira, novembro 29, 2002

2 pontos


2 pontos. Essa é a diferença do São Paulo para o Palmeiras nesse campeonato. Por azar do alviverde, faltou dois pontos para escapar do rebaixamento e não sofrerem a maior humilhação da sua história. Se ele tivesse obtido esses dois pontos e não tivesse caído e, ao invés disso, ter sido o último time da tabela antes dos rebaixados, a diferença entre ele e o eliminado São Paulo seria absolutamente nenhuma.

Falar demais


Esse foi o principal motivo da eliminação do São Paulo na minha opinião. Após o jogo de domingo passado na Vila, os jogadores e o próprio técnico do tricolor não esconderam sua prepotência que já vinha desde a sequência de vitórias do time no campeonato. Oswaldo de Oliveira no programa do Juca Kfouri dizia que tinha certeza absoluta da classificação. Ricardinho foi mais além, disse que o São Paulo se classificaria com tranquilidade, à uma rádio paulista. Mesmo não querendo menosprezar o time do Santos (tenho certeza de que não queriam fazer isso) eles cometeram um grave erro. Deram uma preleção ao Leão de presente, que soube aproveitar isso como um enorme incentivo a seus jogadores. Na terça feira os são paulinos perceberam o que tinham feito e mudaram o discurso, mas já era tarde demais. Foram eliminados e tiveram de ouvir os meninos da vila falarem, com muita humildade, que não se ganha na véspera.

Um dia de Olavo


Ontem tive um dia parecido com o que o Olavo teve dia 6/62000, quando o Palmeiras eliminou o corinthians da libertadores pela segunda vez. Naquele dia, o Olavo estava torcendo muito contra os gambás e ao final do jogo, comemorou bastante como se fosse uma vitória de seu time. O que aconteceu ontem foi muito parecido só que agora eu estava torcendo contra o São Paulo. Ao final do jogo, me encontrava passando na vergueiro voltando pra casa no momento que saiu o gol do Diego. Um pedestre na calçada com walk-man começou a vibrar com os braços levantados. Não hesitei. Meti a mão na buzina, aumentei o som do rádio e comecei a gritar pra caralho. Mais 2% da minha depressão com o rebaixamento diminuiu. Por outro lado, tudo vai levando a crer que o corinthians levará esse título. Assim como tudo levava a crer até ontem que o São Paulo levaria...

Indescritível


Nunca vi meu time campeão. Nunca enchi a cara, fui na Paulista, ouvi o hino tocando na TV, essas coisas. Portanto, não sei como é a emoção máxima do futebol.

Mas acho que deve ser algo parecido com o que senti ontem.

Na boa: foi foda, foda mesmo. Como falei em outra mensagem, eliminar o São Paulo teria uma carga muito maior do que avançar às semifinais do Brasileiro. Seria, mesmo que em menor escala, uma vingança aos males causados a nós pelo clube do Morumbi na década de 90.

E tudo isso aconteceu ontem. Assisti o jogo na FEA-USP, em uma sala tomada por são-paulinos e corinthianos dando uma de santistas. Mas tudo bem. A tensão tomou conta de mim o jogo inteiro, e na hora que o SP abriu o placar o pensamento foi um só: "fodeu, hoje é goleada". O Santos equilibrou a partida, mas mesmo assim não conseguia ficar calmo. Acabou o primeiro tempo, e eu, pessimista como sempre, achava que seria fácil para o tricolor fazer o segundo e o terceiro no segundo tempo, acabando assim com o nosso sonho.

Mas não foi isso que aconteceu. Surpreendentemente, o Santos jogou melhor, e empatou com Léo. Não consegui comemorar o gol; ele foi insuficiente para diminuir meu pessimismo. O tempo passava, o placar não se alterava. Bolas na trave. E eu, quase tendo um ataque cardíaco.

Aos 44 do segundo tempo comecei a achar que havia uma possibilidade de nos classificarmos para as semifinais. Santistas (e uns corinthianos) no lugar gritava "é nóis, é nóis". Um ataque frustrado do SP me fez pensar que a possibilidade da classificação era real. O contra-ataque e o gol do Diego me deram essa certeza. Além dela, me deram lágrimas e uma alegria indescritível.

Sei lá como são as coisas. Mas tô muito, muito feliz. E seguramente, posso afirmar que o dia de ontem está entre os 3 melhores da minha vida.


quinta-feira, novembro 28, 2002

O empate não é um bom resultado


Este Brasileiro 2002 foi o campeonato que mais jogos eu fui em toda minha vida de torcedor. Por um momento você pode me dizer, "nossa, então você é um puta pé frio", não é verdade. E não falo pelo motivo de ter comparecido em todas as últimas finais importantes do Palmeiras, mas falo desse próprio campeonato. Fui em 14 dos 25 jogos do Palmeiras e dentre esses, só perdeu 1. Aliás, fui em todos os clássicos e todos terminaram empatados, o que é difícil acontecer num campeonato. Geralmente perde-se um clássico e ganha-se outros.
Acontece que a grande maioria dos jogos foram empates. Esse foi o principal motivo de termos rebaixado. Se de todos os empates do Palmeiras, tivéssemos ganho metade e perdido metade, não teríamos caido e, quiçá, teríamos nos classificado.

Não vou escrever porra nenhuma hoje.

Só uma coisa: tô nervoso pra caralho. E pronto.

De volta aos estádios


Finalmente este domingo voltarei a assistir um jogo de futebol num estádio. E digo mais, serão logo dois jogos no mesmo dia! Primeiro, logo pela manhã, assistirei ao meu primeiro Palmeiras x corinthians no Palestra Itália. Jogo decisivo. partida de volta da semifinal do campeonato paulista juvenil. Já de tarde, nova decisão de semifinal. Agora contra o Santo André válida pelo paulista de juniors.
De tarde vai ser difícil eu ir pois terei um compromisso, mas de manhã não perderei de jeito nenhum.

segunda-feira, novembro 25, 2002

Rádio


Bons tempos eram aqueles em que os jogos, especialmente clássicos, dificilmente passavam na TV (aliás o primeiro das finais dos campeonatos paulistas, nunca passava, como foi o caso de 1992: São Paulo 4x2 Palmeiras e 1993: coriinthians 1x0 Palmeiras). Nessas ocasiões, a menos que você fosse no estádio, só podia acompanhar o jogo de uma maneira. Ouvindo no rádio. Ouvir um jogo no rádio é muito legal. Muito mais emocionante do que ver pela TV. Hoje em dia não acompanho muito pelo rádio pois geralmente os jogos fora do estado eu vejo na TV e os que são na capital eu vou no estádio. Preciso tirar um dia pra ouvir um clássico no rádio. Além disso, legal no rádio é ouvir os gols. Sempre nos intervalos ou depois dos jogos, costuma-se repetir os gols nas emissoras de rádio. A melhor coisa pra fazer na volta de um jogo é ouvir os gols e comentários no rádio. E pra quem está ficando com vontade de ouvir umas narrações de gol, estou colocando nos links ao lado, a página de arquivo de gols da Rádio JovemPan, onde estão os gols de todos (TODOS!) os jogos transmitidos desde o campeonato paulista de 2000. Legal que pra procurar um gol você acaba lembrando de vários outros, pois geralmente você vê o link para um determinado jogo, mas sabe que esse jogo foi antes do que você estava procurando, dessa forma sabe que precisa dar uma procurada em páginas mais recentes do arquivo, muito louco. Confiram.

Maracanã?


Domingo que vem, tudo indica que aconteça o jogo Fluminense x corinthians no Maracanã. Estarei indo para o Rio de Janeiro a serviço na segunda pela manhã. Não tenho a mínima vontade de conhecer o Rio. Tenho vontade, sim, de ir em algum jogo no Maracanã, já passear no Cristo, pão de açúcar, etc, não me atrai.
Mas poderia antecipar a ida em um dia e assistir esse jogo. Isso sim seria um bom motivo pra ir para o Rio no domingo em vez de ir na segunda de manhã. Prometo pensar na idéia.

Brasileiro


Meus palpites não deram muito resultado nessa rodada. Acreditava no sábado quando falei com o Olavo em classificações de São Paulo, São Caetano, Grêmio e Atlético-MG. Hoje mudei um pouco o discurso. Ainda acho que São Paulo e Grêmio se classificam, porém os resultados de ontem deram certeza da classificação do corinthians e do Fluminense. Aliás, me respondam, como um time pode perder um jogo decisivo (numa fase inicial tudo bem, acontece com frequência) por 6x2? Nem se golearem como fizeram com o Palmeiras aqui por 4x0 eles passam. Poderiam economizar o dinheiro da passagem pra cá.


Elke Maravilha


Você deve estar no mínimo achando curioso o título desse post. Mas calma. No final você vai entender.
Tudo começo quando eu estava no sofá de casa lá por meados de outubro de 1993 mudando de canal a TV. Eis que ao passar pelo sbt, parei num programa de entrevista que a Elke Maravilha apresentava durante a semana de tarde. Me chamou a atenção a entrevistada, ex-presidente do corinthians Marlene Matheus. Até aí tudo bem, mas ela começou a falar sobre a decisão do paulista daquele ano. Disse que se ela fosse a presidente na época da final, teria dito pros jogadores entregarem o jogo contra o Novorizontino, na última rodada do quadrangular semi-final para não ir pra final, pois o Palmeiras tinha um puta time e pra um torcedor corintiano, a pior coisa na vida seria se o Palmeiras saísse da fila em cima deles. Disse que o Palmeiras iria com certeza ser o campeão e se eles entregassem o jogo, o vice seria o São Paulo, que ganhou do Santos naquela rodada e se classificaria.
Poderia ficar o dia inteiro aqui falando disso, mas só o texto já diz tudo. Por isso querem a gente na segunda divisão, olha só o medo que têm de nós!
Por isso que só tenho uma coisa a dizer: Elke Maravilha!!!!

Ainda não...


O Santos ganhou, e bem. O 3x1 veio de maneira tranqüila, inconteste, e agora pode até perder por um gol de diferença no jogo de volta. Tudo isso me faz ficar tranquilo, certo?

Errado. Apesar da boa exibição de domingo, não fiquei radiante nem dei pulos de alegria. É complicado. Ser santista é ser cético, não tem jeito. Foram tantas derrotas nos últimos anos que não dá pra acreditar mais em nada, só no apito final do juiz. Perdemos o Brasileiro de 1995 que ninguém esperava, e o Paulistão de 2001 a 10 segundos do final do jogo.

Definitivamente, há muito, muito o que rolar ainda. Não estou contente, realizado, ou coisa parecida. Sei lá, é uma sensação até pior, uma ansiedade indescritível.